Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar, você concorda com nossa política de privacidade. Concordar e fechar

Soja precoce e milho segunda safra compõem único sistema, alerta consultor


J.Demito

O tema foi debatido em conferência durante o segundo dia do XXXII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, que acontece até a próxima sexta-feira

Um panorama sobre a produção de milho no Brasil nos últimos 40 anos – desde o monocultivo do cereal aos sistemas integrados de produção – foi apresentado pelo engenheiro agrônomo André Aguirre Ramos, consultor da Aguirre & Ramos Consultoria, durante o XXXII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, realizado em Lavras-MG. “O início do plantio direto, em 1975, e a importância do milho como agregador de rentabilidade ao sistema, é retrato do empreendedorismo do produtor brasileiro. Ninguém testa mais tecnologia que o agricultor”, disse.

Durante o final da década de 1970, com o início do sistema de plantio direto, limitações como o surgimento de novas pragas e doenças e problemas físicos do solo constituíam o cenário vivido por agricultores na adoção da chamada “safrinha” que, em 2012, ultrapassou a safra de verão em área plantada. “Nessa época, o termo ‘safrinha’ era associado a baixas produtividades. As sementes eram provenientes de sobras da safra de verão e os produtores tinham pouca ou nenhuma informação sobre manejo e novas tecnologias”, relata.

“Associado ao alto risco de plantio – época de geada e seca – era necessário complementar renda com a segunda safra. Dessa forma, o plantio de uma cultivar de soja precoce no verão era decisivo para semear o milho safrinha o mais cedo possível, em busca de maior potencial produtivo, aproveitando uma curta janela de chuvas. Nesse ponto, aconteceu o que chamamos de ‘boom’ do agronegócio brasileiro”, lembra o consultor.

Hoje, o produtor de sucesso deve entender a implantação de duas ou mais culturas e não de uma única isolada, além de conhecer os processos de integração, como a Lavoura-Pecuária e a Lavoura-Pecuária-Floresta. Abaixo, conheça algumas tecnologias que marcaram o desenvolvimento da cultura do milho em três períodos: de 1990 a 2005; de 2005 a 2012; e de 2012 até os dias atuais.

Evolução tecnológica na cultura do milho

1990 a 2005
– Melhoria na qualidade de plantio;
– Introdução do híbrido simples, com genética e qualidade de sementes superior;
– Correção do solo e adubação fosfatada;
– Adubação nitrogenada;
– Controle químico de pragas de solo e da lagarta-do-cartucho;
– Aumento da população de plantas para até 65 mil (por hectare).

2005 a 2012
– Melhoria da qualidade dos equipamentos e das operações de plantio, adubação, pulverização e colheita;
– Introdução do milho transgênico;
– Tratamento industrial de sementes;
– Uso de fungicidas;
– Redução do espaçamento de plantio (45 cm a 50 cm) e aumento da densidade (até 75 mil plantas por hectare);
– Doses de nitrogênio de até 200 kg/ha ou mais no verão;
– Agricultura de precisão, com operações georreferenciadas.

2012 a 2018
– Plantio cada vez mais antecipado do milho segunda safra;
– Utilização de técnicas de MIP (Manejo Integrado de Pragas) nas cultivares transgênicas de milho;
– Aumento da capacidade de armazenamento nas propriedades, aproveitando melhor época de venda;
– Com as “pontes verdes”, surgimento de novas pragas e doenças;
– Aumento de áreas de milho em consórcio com outras gramíneas e leguminosas;
– Entendimento, por parte dos agricultores, que a soja precoce e o milho segunda safra compõem o mesmo sistema;
– Surgimento de novas tecnologias para gerenciamento de informações das lavouras;
– Novos conhecimentos sobre tecnologias utilizadas em países com restrição hídrica e temperaturas elevadas – similares às condições brasileiras da segunda safra – como é o caso da África do Sul.

O tema foi debatido em conferência durante o segundo dia do XXXII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, que acontece até a próxima sexta-feira, 14, em Lavras-MG.
 

Fonte: Agro Link

J.Demito

Posts relacionados


Algodão, ótima opção para o Tocantins

Tecnologia de precisão aumenta a produção de algodão. Após o auge de produção na década de 80, hoje o Tocantins ganha espa...

Agricultura familiar e cooperativismo x Tocantins

As principais cadeias produtivas do Brasil, como mandioca, milho e feijão, provêm agricultura familiar, que vem expandindo...

Você sabia que o Tocantins representa elevados ...

CESAR HALUM / Milho e o Tocantins: o grão que virou ouro O milho se tornou um grão raro e muito cobiçado não só no Bras...

Preços firmes do milho no mercado interno

Preços firmes e em alta devido ao menor interesse do lado vendedor em negociar, boa movimentação para exportação e falta d...

Brasil pode expandir área agrícola em 43 mi hec...

O Brasil deve responder por cerca de 18 por cento das exportações globais de grãos na temporada 2018/19 O Brasil, que resp...

Exportação de soja do Brasil deve fechar 2018 e...

Exportações de soja do Brasil devem fechar 2018 em um recorde de cerca de 82,5 milhões de toneladas As exportações de soja...