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Paralisação impede chegada de mais de 4.000 cargas compradas há 45 dias
As cotações da soja tiveram nesta quarta-feira (23.05) um dia de ligeiros ganhos no mercado físico brasileiro, resultado de Chicago subindo 0,80% e quedas nos prêmios e no dólar (0,54%). De acordo com os índices do Cepea, feitos junto aos diversos participantes do mercado, em média os preços subiram 0,06% nos portos e 0,02% no interior do País.
Segundo o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, a greve dos caminhoneiros impede a chegada de mais de 4.000 caminhões aos portos. Essas cargas, no entanto, são de oleaginosa negociada há mais de 45 dias.
“Consultamos vários corretores, de vários estados, para saber se a greve dos caminhoneiros está afetando os preços da soja. Todos disseram que não, porque a logística de novas compras e entregas é tudo para julho e agosto. Atrapalham mais o fornecimento de milho e de farelo de trigo para as granjas e fábricas de ração”, diz Pacheco.
Outros corretores, informa o analista, afirmaram que a paralisação não afeta os preços, mas sim os prazos de pagamento, que já estavam longos e ficaram ainda mais: “E tem a preocupação com os contratos feitos para entrega futura no ano passado, com vencimento para esta semana (até 30/5) ou início de junho e que ainda não foram entregues”.
“Um terceiro [corretor] nos disse que os negócios estão travados, hoje, mas não por causa da greve, mas, pela grande diferença (spread) entre as pedidas dos vendedores e as dos compradores. Realmente, não há pressão por demanda de produto neste momento. Ninguém está desesperado. Sobre os preços futuros para a próxima temporada, acreditamos que estejam num patamar muito bom (ao redor de R$ 80,00/saca), que apresenta um excelente lucratividade, assim como os níveis atuais também. Continuamos com nossa recomendação de venda”, conclui.
Fonte: AgroLink
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