Algodão, ótima opção para o Tocantins
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Em meio a uma expectativa de recuperação da produção, o Ministério da Agricultura (Mapa) já considera a possibilidade de atuação no mercado de milho nesta safra. O secretário de Política Agrícola, Neri Geller, garante já ter a parte burocrártica praticamente resolvida para fazer uso dos mecanismos disponíveis.
“Se necessário for, vamos entrar com os mecanismos de sustentação de preços para garantir o escoamento da produção”, garante Geller, que participou na sexta-feira (9/12) de um fórum sobre a cadeia produtiva do cereal, em Cuiabá (MT).
Segundo o secretário, R$ 1,9 bilhão estão reservados para apoio à comercialização neste ano-safra. A ideia é atuar, principalmente, com contratos de opção, em que o produtor pode exercer o direito de vender o milho conforme as condições do mercado na época do vencimento do papel.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) espera uma produção de 213 milhões de toneladas de grãos na safra 2016/2017. As lavouras de milho devem render 83,81 milhões, somadas a safra de verão e a segunda safra. Maior oferta tende a pressionar os preços.
Pelo menos por enquanto, indicadores apontam cotações em patamares ainda elevados. A referência do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com base em Campinas (SP), ficaram acima dos R$ 37 a saca nos últimos dias.
Na BM&FBovespa, os contratos futuros para o início do ano que vem (vencimentos janeiro e março de 2017) ainda apontam cotações superiores a R$ 38 a saca. Vencimentos mais longos, como maio e setembro de 2017, sinalizam valores entre R$ 33 e R$ 36 a saca. Em Mato Grosso, as médias atuais estão abaixo de R$ 30 a saca na maior parte das praças, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Apropecuária (Imea).
“Não sei dizer se o governo vai precisar entrar no mercado, mas só se acontecer uma catástrofe a safra não vai ser grande”, diz Neri Geller.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ressalta que, as medidas deverão ser analisadas com cautela. Especialmente em se tratando de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro).
“O contrato de opção é o meio mais barato. PEP e Pepro a gente tem que tomar um pouco de cuidado para usar porque já foram contestados no mercado internacional como se fossem subsídios”, argumenta o ministro, que participou de debates no forum realizado na capital mato-grossense.
Neste ano, o governo zerou estoques de milho. Com a quebra da safra 2015/2016, o Ministério da Agricultura vendeu o produto na tentativa de segurar a escalada de preços e garantir o abastecimento da indústria de aves e suínos. Foi autorizada a importação dos Estados Unidos, enquanto o setor privado trazia o grão de países do Mercosul, como Argentina e Paraguai.
Apesar de sinalizar apoio para a safra 2016/2017, o Ministério da Agricultura cobra dos produtores uma postura mais ativa em relação ao mercado. Para o ministro da Agricultura, várias oportunidades de venda de milho foram perdidas neste ano de preços elevados.
“Nosso conselho para o produtor é olhar o mercado, fechar seu custo e, se tiver margem, vai vendendo. Não dá para acertar 100% do mercado de uma vez”, diz Maggi.
Usando o exemplo de Mato Grosso, o secretério de Política Agrícola, Neri Geller, acrescenta que agricultores ficaram esperando condições ainda melhores quando as cotações do cereal superavam os R$ 35 a saca. Mas agora têm que lidar com um mercado com preço mais baixo.
“Muitos deixaram de vender a R$ 35 querendo R$ 40 se historicamente a gente vendia a R$ 16, R$ 17. Nós avisamos: o estoque não está tão baixo, a paridade de exportação é baixa. Não vendeu e agora vai acabar vendendo a R$ 25, R$ 24 e vai cair mais um pouco”, diz.
Fonte: Portal Revista Globo Rural
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